O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás suspendeu temporariamente do cargo o desembargador que defendeu, durante um voto, o fim da Polícia Militar. A decisão foi tomada hoje pelo Órgão Especial do TJ-GO.
Segundo o portal Uol, afastamento ocorre até que se decida se o desembargador será alvo de processo administrativo disciplinar, quando o colegiado examinará novamente a questão.
De acordo com o TJ, Adriano Roberto Linhares Camargo emitiu opinião pessoal durante voto oral em sessão de julgamento no dia 1º de novembro. Por esse motivo, sua conduta será avaliada.
O desembargador continua recebendo salário e benefícios. Se houver abertura de processo administrativo, Camargo terá 10 dias para apresentar sua defesa.
COMO ACONTECEU?
Os desembargadores analisavam um caso envolvendo policiais durante uma abordagem. Antes de defender o fim da corporação, o desembargador citou “recorrentes abusos” da polícia longe de bairros nobres.
Camargo disse também que os agentes — no caso analisado — não tinham autorização para entrar na casa das pessoas abordadas.
“Aqui vai uma reflexão pessoal: para mim tem que acabar com a Polícia Militar e instituir uma forma diferente de atuação na área da investigação e repressão ao crime”, afirmou o desembargador.
Em nota, a Polícia Militar de Goiás disse repudiar os comentários “inaceitáveis e desrespeitosos” que “ousaram questionar” o papel da corporação. “Estamos sempre dispostos a um diálogo construtivo e a um constante aprimoramento na implacável batalha contra a criminalidade”, afirmou.
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