Peçam com fé e não duvidem de modo nenhum. (Tg 1.6a)
Tiago acaba de dizer que Deus responderá à oração “porque é generoso e dá com bondade a todos”. Esse “todos” não inclui os crentes sem fé. Daí a exortação: “Tenham também coragem ao pedir e acreditem de verdade, sem pensar duas vezes” (1.6a, AM). Nesse caso, aquele que não tem fé deve primeiro suplicar por fé, e não por sabedoria ou qualquer outra coisa. Porém, como pedir fé se a oração sem fé não é válida? Como se pode pedir fé sem fé?
Talvez haja uma fé tão pequena quanto a substância ainda informe que está no útero de uma mulher que acabou de engravidar. É pequena, mas existe. Jesus não disse que a pequena fé, do tamanho de uma semente de mostarda, seria suficiente para transportar montanhas de um lugar para outro (Mt 17.20)? Os discípulos de Jesus não foram humildes e honestos para pedir ao Senhor: “Aumente a nossa fé” (Lc 17.5)? E o pai daquele endemoninhado não disse a Jesus: “Eu tenho fé! Ajuda-me a ter mais fé ainda!” (Mc 9.24)?
E se aquele que ora acha que nem a fé do tamanho de um embrião ele tem, ele pode começar a subir a montanha da fé confessando essa carência. Ele deve sentar-se entre os que creem e, desse modo, ser imperceptivelmente contagiado por eles. Ele deve se aproximar da Palavra de Deus, pois “a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem vem por meio da pregação a respeito de Cristo” (Rm 10.17, AS21). Ele deve levar a sério o que está registrado no livro do profeta Isaías: “Escutem, os que têm sede: venham beber água! Venham, os que não têm dinheiro [ou os que não têm fé]: comprem comida e comam! Venham e comprem leite e vinho, que tudo é de graça” (Is 55.1). Abraão não creu de uma hora para a outra. A fé do chamado “pai da fé” foi crescendo de lance em lance, de degrau em degrau.
Fé pequena não é uma sina!
Retirado de Refeições Diárias com os Discípulos [Elben César]. Editora Ultimato.
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