Ofereci as costas aos que me feriam e as faces aos que me arrancavam os cabelos; não escondi o rosto aos que me afrontavam e me cuspiam. Porque o Senhor Deus me ajudou, pelo que não me senti envergonhado; por isso, fiz o meu rosto como um seixo e sei que não serei envergonhado. Perto está o que me justifica; quem contenderá comigo? (Isaías 50.6-8)
Os poemas do Servo Sofredor, do livro de Isaías, descrevem a natureza do ministério de Cristo e, de forma crescente, o seu sofrimento. Traição, abandono, humilhação, agressão e afrontas de toda espécie fariam parte da vocação pastoral de Jesus. Ele sabia que quem ama e entrega-se servindo aos outros certamente sofre; e quem sofre por causa disso corre o grave risco de perder a dignidade, a identidade.
No entanto, a dignidade e identidade de Jesus nunca estiveram na aprovação ou rejeição de sua vocação; foi Deus quem o sustentou, ajudou, justificou e aprovou. Não foram os homens com seus critérios de avaliação que determinaram o sucesso ou não do seu ministério; foi Deus que o abençoou. Diante da segurança e aprovação que o Pai lhe conferia, ele convida para perto de si seus adversários, não esconde o rosto de quem lhe cospe e oferece as costas aos seus algozes (Is 50.4-9). Ele é livre para amar e morrer.
O que define sua identidade? São as pessoas e a aprovação delas ou Deus com seu amor e propósito? Lembre-se hoje dos cristãos que sofrem por causa de sua fé e testemunho.
“Senhor, abrigo-me em tua paz, no viver como no morrer. Sei que meu Salvador morreu por mim para dar-me participação em sua vitória” (Clemens Brentano, 1778–1842).
Pai, não permitas que minha segurança esteja em alguma outra coisa que não seja em ti. Torna-me um homem livre dos medos, afrontas e ameaças. Que minha esperança repouse na certeza de que és tu quem me julgas, aprovas, consolas e justificas. Amém.
Retirado de Refeições Diárias – Celebrando a Reconciliação. Editora Ultimato.
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