Lembrem das palavras do Senhor Jesus: “É mais feliz quem dá do que quem recebe”. (At 20.35)
Os presbíteros de Éfeso deveriam exercitar a memória, lembrando-se do exemplo de Paulo (20.31) e de mais uma bem-aventurança de Jesus (20.35). A memória é um poderoso instrumento de edificação. Só no livro dos Salmos, o verbo “lembrar” aparece trinta e cinco vezes (na RA). Em seu discurso de despedida, Jesus mencionou um dos ministérios do Espírito Santo: “[Ele] fará com que lembrem de tudo o que eu disse a vocês” (Jo 14.26). A lembrança continuada da pessoa, dos ensinos, dos atos de amor e poder, das normas, do sacrifício vicário e da ressurreição de Jesus mantém o crente na fé e no caminho.
É bem provável que Paulo tenha mencionado na igreja de Éfeso este (até então) desconhecido pronunciamento de Jesus: “É mais feliz quem dá do que quem recebe”. Agora, para encerrar o encontro em Mileto, Paulo o traz à tona outra vez. Onde o apóstolo encontrou essa bem-aventurança não se sabe, mas ela segue a linha das bem-aventuranças do Sermão da Montanha: felizes os humildes, felizes os que choram, felizes os mansos, felizes as pessoas que têm fome e sede de justiça, felizes os misericordiosos, felizes os limpos de coração, felizes os pacificadores, felizes os perseguidos, felizes os caluniados (Mt 5.3-12).
Talvez os efésios já tivessem se acostumado com os absurdos da contracultura pregada por Jesus e a eles se submetido alegremente. O que o Senhor quer dizer é que o altruísmo pesa muito mais do que o egoísmo, que a mão aberta vale muito mais do que a mão fechada, que a conduta proposta por Jesus não pode ser comparada com a conduta imposta pela sociedade de consumo!
Retirado de Refeições Diárias – no partir do pão e na oração [Elben César]. Editora Ultimato.
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