Isaías 26.7, 10, 13-14
Insistimos ontem que o pecado não é natural e que a bondade é natural. Mas há objeções. Uma é o ensino de certas passagens: “Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus” (1Co 2.14). Mas a tradução Almeida Revista e Atualizada diz: “O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus”. O contraste não é entre o natural e o não natural, mas entre o espiritual e o não espiritual. As Escrituras ensinam que Deus criou o homem à sua imagem, que existe um parentesco natural entre a humanidade e Deus, e que as leis do ser humano são as leis de Deus escritas na carne.
Se isso é verdade, então todo desvio dessas leis escritas na natureza humana não é natural; é um desvio da natureza. O termo mais comum para iniquidade no Novo Testamento é hamartia – literalmente, “errar o alvo”. Há um alvo, um padrão escrito dentro de nós, e todo desvio disso é pecado, é “errar o alvo”. O pecado é aquilo com que nos acostumamos, mas não é o natural. Se o pecado fosse o natural, ele nos saciaria; mas a consequência do pecado é que ele nos faz sangrar.
Há aqueles que não aceitam o relato bíblico de que o ser humano foi criado à imagem de Deus. Eles acreditam que o homem tem uma herança animal e, portanto, luta contra as tendências naturais dos animais. O pecado é, portanto, natural. A resposta é que, mesmo que acreditemos que o homem tem uma herança animal, existe uma diferença profunda entre o homem e o animal. Todos os homens adoram de alguma forma. Já os animais, não. Parece haver no homem um parentesco com Deus que o faz ansiar por ele com suspiros inexprimíveis. Mesmo que o homem fisicamente tenha uma herança animal, em algum lugar ao longo da linha de ascensão, Deus parece ter soprado no homem o fôlego da vida espiritual, de modo que o homem se tornou uma alma vivente. Essa natureza espiritual e moral faz uma diferença profunda no homem. Isso o diferencia enormemente do animal. A diferença entre o homem e o animal não é física, mas mental e espiritual. Quando o homem encontra Deus, ele encontra o cumprimento de sua natureza mental e espiritual. Mas, estranhamente, o mesmo acontece com nosso corpo. Nosso corpo se satisfaz quando realiza a vontade de Deus.
Meu Senhor, vejo que moldaste, até mesmo na estrutura de minha vida física, tua vontade e teu propósito. Como posso escapar de ti? Tu conheces bem essas leis e propósitos. Ajuda-me a ajustar minha vida. Amém.
Afirmação do dia: A natureza trabalha comigo quando trabalho com Deus, e contra mim quando estou contra Deus.
Retirado de O Caminho [Stanley Jones]. Editora Ultimato.
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