Hoje completa-se um ano da partida de José Patriota, ex-prefeito, ex-deputado estadual e considerado o mais expressivo presidente da história da Amupe, além de uma figura marcante no movimento sindical.
Às 19h, será celebrada uma missa na Igreja Matriz de São Francisco, presidida pelo padre Luis Marques Siqueira, reunindo familiares e amigos em memória do líder sertanejo.
A morte de Patriota, vítima de câncer no fígado, ocorrida em setembro de 2024, impactou profundamente o cenário político, chegando a interromper momentaneamente a disputa eleitoral entre Sandrinho Palmeira e Danilo Simões.
Nascido em Tabira, em 9 de outubro de 1960, José Coimbra Patriota Filho cresceu no sítio Carnaúba, em Afogados da Ingazeira, no seio de uma família de agricultores. Sua infância foi dividida entre os estudos, as tarefas domésticas e o trabalho no campo. Desde cedo ajudava seus pais, Dona Odete e Seu José Patriota, nas atividades da roça, além de vivenciar uma religiosidade intensa, marcada por novenas em casa e missas acompanhadas pelo rádio.
Essas experiências moldaram seu espírito comunitário e solidário. Incentivado pela mãe, mudou-se para a cidade em busca de estudos e logo se envolveu com a Igreja e com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Afogados da Ingazeira. Começou de forma simples, datilografando textos, entregando recados e limpando o escritório, muitas vezes recebendo apenas pequenos gestos como pagamento. Mas sua dedicação e vontade de aprender o destacaram.
Concluir o Ensino Médio já foi uma vitória diante das dificuldades da época. Tentou ingressar em Letras em duas ocasiões, mas interrompeu os cursos por causa da militância sindical e das greves estudantis. O sonho acadêmico, porém, só se concretizou em 2012, quando se formou em Serviço Social, conciliando estudos com sua intensa agenda política.
No Sindicato, Patriota ganhou voz e chegou a apresentar um programa de rádio. Sua ligação com Dom Francisco, bispo de Afogados, fortaleceu seu compromisso com a justiça social, chegando a ser preso durante a ditadura militar por sua defesa dos trabalhadores, sendo libertado graças ao apoio do bispo.
Aos poucos, transformou-se em referência política: vereador por quatro mandatos entre 1982 e 1996, assessor da Fetape e da Contag, secretário municipal de Saúde, além de articular e formar lideranças sindicais em Pernambuco por mais de três décadas.
Em 2012, alcançou um de seus maiores objetivos: a prefeitura de Afogados da Ingazeira. Foi reeleito em 2016 com expressivos 83% dos votos.
Além disso, Patriota presidiu a Amupe por cinco mandatos, coordenou programas de apoio ao pequeno agricultor (ProRural, ProMata e ProMetrópole) e, em 2022, foi eleito deputado estadual, reforçando sua trajetória de luta e compromisso.
Na madrugada de 17 de setembro de 2024, Patriota faleceu aos 63 anos, após seis anos de batalha contra o câncer. Deixou a esposa, Madalena Leite Patriota, e os filhos Juliana, Marília, José Neto e Patriane.
Seu legado permanece vivo na memória do povo pernambucano, como exemplo de humildade, resistência e dedicação às causas sociais.











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