A Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) informa que mais um paciente colonizado pelo superfungo Candida auris morreu no Hospital do Tricentenário, em Olinda, no Grande Recife. O óbito ocorreu na tarde da terça-feira (18).
A Candida auris é um fungo emergente que representa uma séria ameaça à saúde pública. Ele pode causar infecção de corrente sanguínea e outras infecções invasivas.
O paciente que foi a óbito tinha 77 anos. Segundo a SES-PE, o idoso estava colonizado por Candida auris, “mas a morte não foi relacionada ao fungo”.
A pasta acrescenta que o paciente foi internado inicialmente, em leito de enfermaria, com infecção de repetição no trato urinário.
“O quadro foi agravado após um longo período de internamento, tendo como resultado o óbito, apesar dos esforços da equipe multidisciplinar do Hospital do Tricentenário.”
É a terceira morte de paciente diagnosticado com o superfungo este ano em Pernambuco.
Em junho, a SES-PE já havia confirmado o óbito de um homem de 63 anos, que estava no Hospital Miguel Arraes (em Paulista, no Grande Recife). De acordo com a pasta, ele também faleceu em virtude das comorbidades associadas à internação, e não por causa do superfungo.
E no início deste mês de julho, a pasta confirmou a segunda morte. A vítima foi um homem de 69 anos que estava internado no Hospital do Tricentenário. Segundo garantiu a SES-PE, a morte também não teve como causa a Candida auris, e foi associada a comorbidades preexistentes.
Assim, a SES-PE salienta que Pernambuco não registrou nenhuma morte, até o momento, causada por Candida auris.
COMO ESTÃO OS PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM CANDIDA AURIS EM PERNAMBUCO?
A situação dos 11 pacientes diagnosticados com o superfungo é classificada da seguinte maneira: quatro pacientes continuam internados (dois no Tricentenário, em Olinda, e dois no Hospital Miguel Arraes, em Paulista), três foram a óbito e quatro tiveram alta hospítalar.
Segundo a SES-PE, todos os 11 casos de superfungo em Pernambuco são de colonização, e não de infecção.
Os pacientes com Candida auris podem não apresentar sinais relacionados à infecção pelo superfungo, mas ter um quadro de colonização.
A diferença entre ambas as condições é que a colonização indica que o paciente está com o fungo, mas não apresenta infecção – e esta ocorre quando há presença de Candida auris na corrente sanguínea.
Assim, de acordo com a pasta, os pacientes que tiveram diagnóstico de Candida auris não têm sinais de doença infecciosa, e sim sintomas das doenças ou condições que levaram ao internamento, como uma quadro de doença renal crônica ou sequelas neurológicas por AVC (acidente vascular cerebral).
O QUE É CANDIDA AURIS E QUAIS OS SINTOMAS?
A Candida auris é um fungo emergente que representa uma séria ameaça à saúde pública.
O superfungo Candida auris pode causar infecção de corrente sanguínea e outras infecções invasivas.
Ele pode ser fatal, principalmente em pacientes imunodeprimidos ou com doenças crônicas.
O infectologista Danylo Palmeira, presidente da Sociedade Pernambucana de Infectologia (SPEI), explica que a Candida auris ocorre como infecção hospitalar. “Não há diagnóstico clínico baseado em sinais e sintomas de Candida auris”, diz.
As infecções por Candida auris, segundo Danylo, estão relacionadas ao uso de dispositivos chamados invasivos, como um cateter venoso central, uma sonda vesical e um ventilador mecânico. “São casos em que há um maior risco de ocorrência de infecção hospitalar, incluindo por Candida auris”, explica Danylo.
Ele frisa que o superfungo Candida auris se mantém facilmente nos hospitais onde há pacientes colonizados ou infectados. “É um fungo que, no ambiente hospitalar, consegue sobreviver sem estar no organismo humano.” Ou seja, a Candida auris pode estar em superfícies ou equipamentos da unidade de saúde. Por isso, é muito difícil de ser erradicada.
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