A maior liderança indígena do Estado, Chicão Xucuru, é patrono dos povos indígenas de Pernambuco. O cacique marcou sua história de vida na luta pelas terras do território de seu povo, localizado entre os municípios de Pesqueira e Poção, e foi assassinado por isso. Não cedeu aos posseiros da região e recebeu seis tiros à queima roupa em 20 de maio de 1998.
Como forma de homenagear Chicão e todo a população Xucuru, o deputado Isaltino Nascimento propôs a lei que o torna defensor dos povos originários de Pernambuco. “Chicão esclareceu os direitos indígenas e fez da luta pela terra o seu maior legado. Hoje o território Xucuru ocupa atualmente 27.555 hectares e tem seu filho, o cacique Marquinho Xucuru, a liderança maior e protetor”, explica Isaltino. “Marquinho segue os passos do pai. Assumiu a responsabilidade muito jovem e dá continuidade ao trabalho importante”, destaca o deputado.
Os índios Xucuru vivem na Serra de Ororubpa, em 25 aldeias. São cerca de 9 mil índios, segundo os dados da Fundação Nacional de Saúde de 2006, que vivem em sua maioria de atividades agrícolas.
A HISTÓRIA DE CHICÃO – Francisco de Assis Araújo, Chicão nasceu no sítio Cana Brava em 1950. O local fica no meio do atual território Xukuru, que está inserido nos municípios de Pesqueira e Poção, em Pernambuco, a 216 km de Recife. A terra indígena, na época em que Chicão nasceu, estava em sua maior parte ocupada por não indígenas.
Casou-se em 1970 com Zenilda Maria de Araújo, com quem teve oito filhos.
A partir de 1987 as lideranças Xukuru passaram a participar de manifestações em conjunto com ongs que objetivavam esclarecer direitos indígenas, principalmente em relação a terra, em função da mobilização pela nova Constituição que estava sendo gestada. A Assembléia Nacional Constituinte, finda em 1988, foi um momento marcante para o movimento indígena.
O Cacique Chicão era uma pessoa de carisma junto ao grupo, tinha respeito e confiança diante do trabalho, era figura alegre e recebia crianças a velhos com a mesma atenção. Tinha um respeito grande com os Encantados e a religião Xukuru. Os índios foram depositando cada vez mais confiança na figura que se fortalecia através de ações que solidificavam o respeito pelo trabalho.
Com o crescimento da violência contra os índios por parte dos posseiros de terras, Chicão e as demais lideranças começaram a receber ameaças em 1996 para que parassem o movimento de luta pela terra. Foi em 1998 que Chicão recebeu seis tiros ainda dentro do carro que havia recebido da Funai há poucos dias, em Pesqueira.
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