O empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), afirmou neste domingo (7) que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, deveria “renunciar ou sofrer impeachment”. Em postagem, Musk disse que em breve “publicará tudo que é exigido por Alexandre [de Moraes] e como essas solicitações violam a legislação brasileira”.
“Este juiz traiu descaradamente e repetidamente a constituição e o povo do Brasil”, escreveu o empresário, que completou que o ministro do STF é o Darth Vader do Brasil. Os comentários do segundo homem mais rico do mundo, segundo levantamento da Forbes, começaram ainda neste sábado (6).
O dono da montadora de carros elétricos Tesla e da empresa espacial SpaceX, usou a rede social para questionar Alexandre de Moraes do motivo de “tanta censura no Brasil”. A pergunta surgiu de uma postagem feita por Moraes em 11 de janeiro, na qual ele parabeniza o ex-ministro da Corte Ricardo Lewandowski por sua nomeação como ministro da justiça.
Depois, Musk afirmou que vai liberar as contas bloqueadas na plataforma X por ordem do ministro Alexandre de Moraes. “Estamos levantando todas as restrições. Este juiz [Alexandre de Moraes] aplicou multas pesadas, ameaçou prender nossos funcionários e cortou o acesso ao X no Brasil. Como resultado, provavelmente perderemos todas as receitas no Brasil e teremos que fechar nosso escritório lá”, escreveu Elon Musk.
O comentário foi feito no contexto de acusações de censura feitas pelo jornalista norte-americano Michael Shellenberger, na última quarta-feira (3). Segundo Shellenberger, “o Brasil está envolvido em um caso de ampla repressão da liberdade de expressão liderada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes”.
O jornalista publicou uma série de trocas de e-mails que mostram solicitações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), da Polícia Federal (PF), do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) e do Congresso Nacional pedindo informações de usuários brasileiros na rede social.
Em mais de uma ocasião, o X se recusou a entregar os dados sob a justificativa de não ter a obrigação legal de fornecer “dados utilizados para o cadastro da conta” e nem o conteúdo das publicações denunciadas.
As contas bloqueadas pelo STF foram parte de investigações que visam apurar responsabilidades pelos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro e alegada articulação de um suposto golpe de Estado. Entre esses perfis suspensos estão o do empresário Luciano Hang, que é investigado no âmbito do inquérito das fake news e que teve o perfil na rede social bloqueado por ordem judicial em 2022.
Além dele, o blogueiro Allan dos Santos também foi banido da plataforma após uma decisão de Moraes, como resultado das investigações de dois inquéritos: um que apura ataques contra ministros da Corte e a disseminação de notícias falsas, e outro que investiga a suposta existência de uma milícia digital que promove atos contra a democracia e faz reivindicações como intervenção militar. (R7)
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