O ex-governador de Pernambuco Paulo Câmara entregou, na quinta-feira (26), carta de desfiliação do PSB. A informação foi divulgada com exclusividade pela Coluna do Estadão, assinada pela jornalista Mariana Carneiro.
Em sua carta de desfiliação, o ex-governador sai em defesa do seu legado e ressalta as dificuldades enfrentadas em seus oito anos à frente do Governo do Estado. Em especial, ele enfatiza o desafio em suceder Eduardo Campos, que chama de “o governador mais popular da história”, e o enfrentamento da pandemia da Covid-19.
“Minha dedicação a Pernambuco foi integral em meus dois mandatos. Avançamos em todas as áreas da gestão, sobretudo na educação, ao atingir a marca de melhor ensino médio do país. Ao tempo que finalizei a honrosa tarefa de ser governador de Pernambuco também avaliei concluída minha história partidária junto ao PSB”, destacou.
O gestor faz questão de enfatizar que se dedicou integralmente à missão de ser governador e, em especial, enfatiza a melhora nos indicadores da educação do Estado.
Por fim, o governador adota um tom cordial ao se despedir do partido que o abrigou nos últimos anos. “Quero agradecer a todos os companheiros e companheiras de partido que sempre estiveram ao meu lado nesse período, nas pessoas do nosso presidente nacional, Carlos Siqueira e estadual, Sileno Guedes.
Não estaremos mais ombro a ombro, mas permaneceremos no mesmo front, defendendo políticas públicas que priorizem os mais vulneráveis e lutando por um Brasil mais justo”, destaca.
Governo Federal
O nome de Paulo Câmara chegou a ser lembrado para alguns cargos no Governo Federal, inclusive, no primeiro escalão. O gestor é cotado para o comando do Banco do Nordeste, mas sempre foi lembrado na cota pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sem o apoio do PSB. As negociações seguem adiante, mesmo com o afastamento do gestor do partido. Contudo, a indicação depende de mudança na Lei das Estatais.
Paulo Câmara era primeiro-vice presidente do PSB Nacional e há uma indefinição jurídica sobre a ocupação do cargo de presidente do Banco do Nordeste. De acordo com a Lei das Estatais, dirigente partidário não pode assumir cargo em estatal. Contudo, o motivo da saída de Câmara da gestão não tem relação com o impedimento legal.
Nesta semana, o ex-governador esteve em Brasília e conversou ainda ontem com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. Na ocasião, ele comunicou a decisão de deixar a legenda.
Confira a nota do ex-governador:
Ao presidente do Partido Socialista Brasileiro, Sr. Carlos Siqueira,
Ingressei no PSB, a convite do governador Eduardo Campos em 2014, para ser candidato ao Governo de Pernambuco. Naquele ano, em 13 de agosto, sofremos todos a perda de nossa maior liderança num trágico acidente aéreo. Eduardo foi um político e gestor público que fez história no Brasil transformando nosso estado para melhor.
Nos oito anos seguintes, tive a difícil tarefa de suceder o melhor governador da história. O que já não seria fácil se tornou ainda mais desafiador, com as sucessivas crises enfrentadas pelo país e pelo mundo, a mais grave de todas a pandemia da Covid-19.
Minha dedicação a Pernambuco foi integral em meus dois mandatos. Avançamos em todas as áreas da gestão, sobretudo na educação, ao atingir a marca de melhor ensino médio do país.
Ao tempo que finalizei a honrosa tarefa de ser governador de Pernambuco também avaliei concluída minha história partidária junto ao PSB. Quero agradecer a todos os companheiros e companheiras de partido que sempre estiveram ao meu lado nesse período, nas pessoas do nosso presidente nacional, Carlos Siqueira e estadual, Sileno Guedes.
Não estaremos mais ombro a ombro, mas permaneceremos no mesmo front, defendendo políticas públicas que priorizem os mais vulneráveis e lutando por um Brasil mais justo.
Muito obrigado e que Deus nos abençoe!
Paulo Câmara.
(*) Fonte: Folha de PE
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