Com golpes de faca na cabeça, no pescoço e no peito, um homem de 22 anos tentou matar a própria namorada, de 18 anos, na tarde desta sexta-feira (13) no bairro Vista do Sol, na região Nordeste da capital. Em conversa com a reportagem, o suspeito afirmou que “mulher merece” esse tipo de crime e que “matar é como passar manteiga no pão”.
O casal, que se conheceu no último dia de carnaval, há pouco mais de duas semanas, morava junto com outro casal de amigos. Quando Eslan Dias dos Santos tentou matar a namorada nesta sexta-feira, a outra moradora da casa, Juliana Silva de Mendonça, 27, foi quem o impediu de concluir o crime.
“Nós acordamos, fomos no mercado, fizemos comida e ela sentou para comer. Aí ele só falou essa palavra para ela: ‘não tem desenrolo, não, você não vai falar comigo, não?’ Ela só falou que queria ir embora. Aí ele trancou a porta e falou que ela não ia sair. Ela só falou: ‘amiga, se ele me bater eu vou dar uma facada nele’. Só que ele estava com a faca na cintura. Ele não falou nada, só empurrou ela, já tirou a faca e começou a dar facada nela. Eu pulei nele e comecei a mandar parar. Ela deu uma pézada nele e conseguiu descer a escada correndo. Se não fosse isso, ele tinha matado ela na minha frente, ele tinha matado ela”, contou a testemunha.
Ao conversar com a reportagem Eslan Dias dos Santos disse ter cometido o crime por ciúmes. Segundo ele, a jovem o traía. “Fiquei sabendo de uns podres dela, tava morrendo de ciúmes dela, aí aconteceu o que aconteceu. Justifica nada, não, mas o sangue subiu na hora. Muita traição. Eu estava querendo endireitar, ela não estava querendo. Quis separar de mim por safadeza”, disse.
Segundo a amiga do casal, a vítima é garota de programa e Santos tinha conhecimento do trabalho da mulher. “Ele sabia que ela era garota de programa. Levava ela na porta do trabalho todo dia. Na minha frente ele me mostrava ser uma pessoa calma, tranquila, de ajudar. Ontem ela foi para o meu quarto dormir lá. Ela falou que ia embora porque achava que ele ia matar ela. E eu falei que não era assim, não, porque eu tava ali. Mas ele já ficava ameaçando e eu não sabia”, contou Juliana.
Com uma tornozeleira eletrônica, monitorado após a prisão por tentativa de feminicídio de outra ex-companheira, Santos afirmou à reportagem que mulher merecia o tratamento. “De novo eu fiz, senhora, infelizmente. Eu tentei explodir a casa com a mulher dentro. Foi pela mesma coisa. Eu tava preso, saí da cadeia e fiquei sabendo que ela estava me traindo indo para baile, outros lugares. É mulher vagabunda mesmo. Mulher merece isso mesmo”, disse.
Ao ser questionado se estava arrependido do crime cometido nesta sexta-feira, Santos lamentou que a jovem de 18 anos tenha sobrevivido e disse já ter matado muitos homens e muitas mulheres na vida. “Eu tô triste que ela não morreu. Ela merece isso. Eu gosto de sentir que tô matando, sabe? É igual passar a manteiga no pão. Comigo é assim”, afirmou.
Após agredir a mulher com as facadas, o suspeito chegou a trocar de roupa e fugir, mas foi encontrado por militares do 16º Batalhão da PM. “Ele entrou no ônibus da linha 808. Foi feito o cerco e bloqueio e interceptamos o ônibus na avenida Cristiano Machado, próximo a Estação São Gabriel. Ele foi abordado e confessou. Ele estava evadindo para a casa da mãe dele. Trocou de roupa mas ainda haviam respingos de sangue nele”, contou o sargento Vanderlei Oliveira.
A vítima, segundo a polícia, está internada em estado grave. Ela foi encaminhada a UPA Primeiro de Maio e, em seguida, transferida para o hospital Risoleta Neves. (O Tempo)
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