Quando a notícia começou a vazar na concentração da seleção, em Porto Alegre, a intenção era desviar o foco de ‘notícias ruins, pesadas’. Como o afastamento de Caboclo por conta de assédios sexual e moral.
Mas, logo em seguida, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, foi bem claro em relação ao treinador e aos atletas.
Seguiu no mesmo tom hierárquico que Caboclo utilizou e irritou os jogadores e Tite. Lembrando que era do tempo que ser convocado para a seleção era ‘motivo de orgulho’, ironizando os jogadores que ameaçam não disputar a Copa América.
E recomendou a Tite ‘pegar o boné’, lembrando que ‘o Cuiabá está sem técnico’.
Acabou o clima de empolgação na seleção.
Mourão sabia muito bem o que fazia.
O general é torcedor fervoroso do Flamengo, entende muito de futebol. Tinha convicção que suas palavras abalariam o treinador.
Foi uma resposta do Palácio do Planalto pela postura do comandante da seleção que, deixou evidente, não aceitar a Copa América no Brasil.
A atitude foi vista pelo governo federal como um desprezo ao esforço do presidente Jair Bolsonaro, que se empenhou pessoalmente pela competição.
O que era ruim, ficou pior, com o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro, atacando diretamente o treinador. Sem meias palavras.
“A gente não viu o Tite falando nada quando a Copa América seria realizada na Argentina.”
“Bastou a CBF pedir para o presidente Bolsonaro a autorização para que ela acontecesse aqui no Brasil para que o Tite se posicionasse politicamente.”
“É um hipócrita, porque a gente tem vários vídeos dele no passado onde ele faz referências, puxa um saco do ex-presidente Lula sem tamanho.”
“Mas falou de Bolsonaro, ele fecha a cara e faz de tudo para boicotar”, postou Flávio, ontem no final da noite.
Estão escancaradas duas situações.
Todos os jogadores da seleção aceitam disputar a Copa América, que começa domingo.
Sob protesto, mas aceitam.
Mas o Palácio do Planalto não quer Tite.
Renato Gaúcho é visto com entusiasmo em Brasília.
A expectativa é a reação do treinador diante desses ataques.
E do presidente interino, o coronel Antônio Nunes que, a princípio, daria força ao técnico.
Só que, depois dos ataques de Mourão e de Flávio Bolsonaro, a situação pode se complicar.
Basta Nunes seguir o que deseja o Palácio do Planalto.
As próximas horas serão decisivas para o futuro de Tite.
A decisão deverá acontecer após o jogo do Paraguai… (R7)
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