No princípio Deus criou os céus e a terra. Gênesis 1.1
As primeiras três palavras da Bíblia (“No princípio Deus”) formam uma introdução indispensável para todo o resto. Elas revelam que nunca podemos prever Deus ou surpreendê-lo, pois ele está sempre lá, “no princípio”. A iniciativa de toda ação é sempre de Deus.
Isto é particularmente verdadeiro sobre a criação. Os cristãos creem que, quando Deus deu início à sua obra criativa, nada existia além dele mesmo. Só ele estava lá, no início de tudo. Só ele é eterno. A centralidade de Deus em Gênesis 1 é proeminente em toda a narrativa. Deus é o sujeito de quase todos os verbos. “Deus disse” aparece dez vezes no texto e “Deus viu que era [muito] bom”, sete vezes.
Nós não temos que optar entre Gênesis 1 e a cosmologia ou astrofísica contemporânea. Deus nunca teve a intenção de que a Bíblia fosse um texto científico. Na verdade, deveria ser evidente para os leitores que o texto de Gênesis 1 é um poema altamente estilizado e belo. Ambos os relatos sobre a criação (o científico e o poético) são verdadeiros, porém partem de perspectivas diferentes e se complementam.
Quando o Credo dos Apóstolos afirma nossa crença em “Deus Pai Todo-Poderoso”, ele está se referindo mais ao controle que Deus tem sobre sua criação do que à sua onipotência. O que ele criou, ele também sustenta. Sua presença é imanente neste mundo; ele está continuamente preservando, revigorando e colocando em ordem todas as coisas. O fôlego de todos os seres viventes está em suas mãos. Ele faz com que o sol brilhe e a chuva caia. Ele alimenta os pássaros e veste as flores. Isto pode ser poético, mas é também verdadeiro.
Daqui vem a sabedoria das igrejas que mantêm um culto anual para ação de graças e dos cristãos que dão graças antes das refeições. É tanto correto quanto benéfico reconhecer regularmente que dependemos do nosso fiel Criador e Mantenedor para cuidar de nossas vidas e de todas as coisas.
Para saber mais: Mateus 5.43-45; 6.25-34
Retirado de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.
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