Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. (1 Coríntios 1.22-24)
Sinais, conhecimento, fenômenos, poderes, magia. Os homens sempre foram fascinados por algo maior que eles. Mas os sinais acabam exigindo outros maiores, mais poderosos; o conhecimento, da mesma forma, nunca se dá por satisfeito. São como drogas: a dose seguinte é sempre maior que a anterior. A espiritualidade de muitos é assim. Buscam sinais, sabedoria, poderes, e estão sempre vazios, ansiosos, esperando a próxima dose. Drogados espirituais.
Cristo crucificado é tudo o que precisamos. Paulo optou por uma mensagem, ignorou as exigências de gregos e judeus. Ele sabia que Cristo, sua morte e ressurreição são o que a alma humana necessita, nada mais. Tudo o mais deve sujeitar-se à cruz, render-se ao seu poder e glória, aceitar sua primazia na redenção. Mas a cruz é loucura, escândalo, vergonha. Não fascina como os sinais, nem seduz como a sabedoria. A cruz é sofrimento, renúncia, entrega e dor. Mas, para aqueles que reconhecem nela o triunfo do amor, ela se transforma no poder e sabedoria de Deus.
Em que se baseia a sua espiritualidade? Na cruz e sua mensagem ou nas experiências, sinais e conhecimento? Ore para que a mensagem da igreja continue centrada na cruz, para que pastores e líderes não sejam seduzidos pelas exigências dos gregos e judeus dos nossos dias.
“Para quem eu clamaria, Senhor, a não ser para ti? Nada a não ser Deus poderá satisfazer minha esperança. Só tu foste capaz de criar a minha alma. Só tu és capaz de recriá-la, imprimindo nela a imagem de teu santo Filho, meu Salvador” (Blaise Pascal, 1623–1662).
Senhor, sempre fugimos da cruz. Preferimos os raios e trovões que ela provoca do que ela mesma, preferimos a agitação e tumulto em volta dela do que olhar para ela. Faze de nós uma igreja de poder não por seus sinais, mas pela cruz que ela carrega, a cruz de Jesus Cristo. Amém.
Retirado de Refeições Diárias – Celebrando a Reconciliação. Editora Ultimato.
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