Preparas um banquete para mim à vista dos meus inimigos. (Sl 23.5)
No chamado salmo pastoral, o salmista dirige-se a Deus e diz: “Preparas um banquete para mim à vista dos meus inimigos. Tu me honras, ungindo a minha cabeça com óleo e fazendo transbordar o meu cálice” (Sl 23.5).
Essa palavra torna-se muito mais rica se nos lembrarmos do desabafo de um salmo anterior: “Eu sou verme, e não homem, motivo de zombaria e objeto de desprezo do povo” (Sl 22.6).
A zombaria e o desprezo vêm dos adversários, dos oponentes, dos carregados de culpa, dos atingidos pela Palavra. O banquete público, o óleo derramado sobre a cabeça, que desce pela barba até a gola das vestes (Sl 133.2), e o transbordar do cálice vêm do Grande Pastor das ovelhas.
Deus sabe quanto dói o desprezo da maioria, por vezes soberbo e demorado demais. Pois Jesus também, “como alguém de quem os homens escondem o rosto, foi desprezado” (Is 53.3). De vez em quando, a seu tempo, ele se coloca visivelmente do lado dos desprezados e os exalta, deixando confusos os adversários. O banquete público pode ser a descoberta de que o discurso e o estilo de vida dos que eram objetos de desprezo até então estavam absolutamente corretos!
Retirado de Um Ano com os Salmos [Elben César]. Editora Ultimato.
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