Fiquem atentos ao amor bondoso e à terrível severidade que coexistem em Deus. (Rm 11.22)
Deus não é um velho cansado, que não reage mais, que não abre mais a sua boca, que não levanta mais a sua mão. Deus não é alguém desiludido com a raça humana, a ponto de não mais intervir na sua criação, entregando-a a seus próprios ímpetos. Deus não é um Papai Noel meio bobo, que satisfaz aos desejos de todo mundo e não exige coisa alguma. Deus não faz figura apenas, não empresta o seu nome aos poderosos, não assina papéis que outros redigem, não envelhece, não se aposenta, não se retira, não se desanima nem pede demissão de sua glória e de sua autoridade.
Basta ler a parábola dos lavradores maus para você ter essa certeza. De fato, Deus teve uma paciência enorme com os lavradores que agarraram, espancaram, esbordoaram, insultaram e mataram os seus servos, não apenas dois ou três, mas muitos outros, e, por fim, o seu próprio e amado filho. Essa misericórdia toda tem dado erradamente a impressão de que Deus tem sangue de barata, é bobo demais. É preciso, no entanto, ler o resto da parábola. Ela, na verdade, encerra a história toda do trato de Deus com os homens. Deus é campeão do amor, da paciência, da longanimidade, mas é também campeão da justiça. O que ele fará com os lavradores maus, depois de esgotar todas as medidas de amor? Jesus mesmo dá a resposta: “Virá, exterminará aqueles lavradores e passará a vinha a outros” (Mc 12.1-12). Esta é a completa identidade de Deus.
Você precisa considerar ambos os lados: a bondade e a severidade de Deus (Rm 11.22). Porque “horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31).
Retirado de Cuide das Raízes, Espere pelos Frutos, [Elben César]. Editora Ultimato.
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