Durante algum tempo, os perversos prosperam, mas num instante secam como o capim, são cortados como as espigas de trigo. Quem pode dizer que essas coisas não são assim? Será que alguém pode provar que não estou dizendo a verdade? (Jó 24.24-25)
Na sua resposta aos amigos – que entendem que os perversos sofrem enquanto os justos prosperam –, Jó faz essa observação oposta e profunda. Nos versículos 3 a 11 do capítulo 24, ele fala de órfãos, viúvas e pobres que sofrem nas mãos dos exploradores. É interessante observar que essas três categorias de pessoas exploradas (órfãos, viúvas e pobres), juntamente com os estrangeiros, são especialmente protegidas pela lei. Nos Salmos, até mesmo a palavra usada para “pobre” é às vezes traduzida como “justo” por ser virtualmente o seu sinônimo. Desse modo, Jó apela para o bom-senso que reconhece que pessoas inocentes, pessoas que são especialmente objeto da proteção e do amor de Deus, sofrem. Ao mesmo tempo, Jó também afirma, novamente apelando para o bom-senso, que pessoas más prosperam, mesmo que de modo indevido e apenas temporariamente (v. 24).
Por que Jó fala assim? Sem dúvida ele está repreendendo os amigos pela “teologia” rasa deles. E, ao fazer isso, ele também faz uma observação sobre a qual os seus amigos também concordam: um dia Deus julgará a todos (v. 1). E esse dia pode ser ou não o dia de hoje. Para os amigos de Jó, o dia sempre é hoje. Para Jó, pode ser ou não. Porém, para todos o julgamento é certo, demorado ou não.
A bondade e a integridade são recompensadas, sim. E a maldade, é punida. Mas a punição ou a recompensa não são meramente futuras ou exteriores. Acima de tudo, elas são presentes e interiores. Fazer a coisa certa, mesmo que resulte em exploração, faz um bem enorme – e imediato – à vida interior.
Em meio ao sofrimento, Jó havia aprendido uma lição incalculável: fazer a coisa certa é simplesmente certo, mesmo que resulte, por enquanto, em sofrimento.
Pai eterno e misericordioso, como é bom seguir os teus passos e caminhar de acordo com os teus preceitos. Dá-me a tua graça para viver a plenitude do teu Espírito. Em nome de Jesus. Amém.
Retirado de Refeições Diárias – Celebrando a Reconciliação. Editora Ultimato.
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