Rei Agripa, eu me sinto muito feliz em poder estar hoje diante do senhor. (Atos 26.2)
Paulo enxergava as oportunidades e não as deixava passar. Ao contrário, agarrava-se a elas, tomava carona nelas. Ele fez isso em Filipos ao se encontrar com um grupo de mulheres num lugar de oração. Ele fez isso em Atenas ao ler o letreiro daquele altar ao Deus Desconhecido. Agora, o rei Agripa II, logo ele, o bisneto de Herodes, o Grande, que mandou matar as crianças de Belém, e filho de Agripa I, que mandou cortar a cabeça de João Batista, está na sua frente e ele não vai perder a oportunidade tanto para se defender como para anunciar o evangelho.
Embora preso, esquecido e humilhado, Paulo se diz feliz, muito feliz. Essa é uma característica de Paulo. Ele sabia ser feliz, sabia descobrir a felicidade, sabia fazer-se feliz. Ele avançou nesta direção aos poucos: “Aprendi o segredo de me sentir contente em todo lugar e em qualquer situação, quer esteja alimentado ou com fome, quer tenha muito ou tenha pouco” (Fp 4.11-12). O segredo era a Videira da qual era apenas um ramo: “Com a força [ou a seiva] que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação” (Fp 4.13).
Paulo não está mentindo, não está sugestionado. De fato, ele é uma autoridade no assunto. A ponto de aconselhar ou ordenar a alegria, mesmo estando em outra prisão por tempo indeterminado: “Alegrem-se no Senhor!” (Fp 3.1). O apóstolo não se sentiria honesto se a frase ficasse pela metade: “Alegrem-se!”. Para evitar a autossugestão de alegria, Paulo completa: “Alegrem-se no Senhor”! Muita razão, pois, tinha Johann Sebastian Bach ao escrever a sua obra-prima Jesus, Alegria dos Homens!
Retirado de Refeições Diárias – no partir do pão e na oração [Elben César]. Editora Ultimato.
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