Eu estou com você. Ninguém poderá lhe fazer nenhum mal. (At 18.10)
Quando Jesus transmitiu a Paulo a certeza de que estaria com ele em Corinto e que ninguém poderia lhe fazer nenhum mal (18.10), certamente o Salmo 23 aflorou na mente do apóstolo. Ele se emocionou e repetiu com seus botões: “O Senhor é o meu pastor: nada me faltará […]. Ainda que eu ande pelo vale escuro como a morte, não terei medo de nada. Pois tu, ó Senhor Deus, estás comigo; tu me proteges e me diriges” (Sl 23.1, 4).
A grande vantagem da memória bíblica é que uma passagem chama outra passagem paralela. A palavra de Jesus em Corinto levou o apóstolo ao Salmo Pastoral e o Salmo Pastoral o levou à oração de Habacuque e a oração de Habacuque o levou à promessa do Espírito Santo.
Paulo deve ter repetido também a incrível oração do profeta em tempo de guerra e destruição: “Embora as figueiras e videiras tenham sido totalmente destruídas e não haja flores nem frutos; embora as colheitas de azeitonas sejam um fracasso e os campos estejam imprestáveis, embora os rebanhos morram nos pastos e os currais estejam vazios, eu me alegrarei no Senhor! Ficarei muito feliz no Deus da minha salvação! O Senhor, o Soberano, é a minha força” (Hc 3.17-19, NBV).
Daí, Paulo entrou mentalmente no cenáculo em Jerusalém e ouviu a promessa de Jesus: “Não vou deixá-los abandonados, mas voltarei para ficar com vocês” (Jo 14.18).
Depois dessa fabulosa e silenciosa recarga, Paulo venceu o medo, recobrou a coragem e continuou por mais alguns meses seu trabalho em Corinto, a capital da licenciosidade. Uns quinze anos depois, ele escreveria a Timóteo: “O Senhor ficou comigo, me deu força para que eu pudesse anunciar a mensagem completa a todos os não judeus e me livrou de ser condenado à morte” (2Tm 4.17).
Retirado de Refeições Diárias – no partir do pão e na oração [Elben César]. Editora Ultimato.
Deixe seu comentário: