Lucas 11.9-13
O Caminho é, sobretudo, o caminho da graça, que essa graça nos invade, tentando chegar até nós de todas as maneiras possíveis antes de romper nossa personalidade. Ali, a graça para e espera consentimento e cooperação. A falta de consentimento e cooperação deixa Deus de mãos amarradas. Consentimento e cooperação deixam Deus de mãos livres para que ele, que “aperfeiçoa tudo”, possa “aperfeiçoar o que nos concerne”.
Chegamos, agora, ao método pelo qual permitimos que a graça nos invada e trabalhe conosco. O Caminho é o caminho da oração. Muitas definições de oração já foram dadas. Acrescento outra: oração é cooperação com Deus. Na oração, você alinha seus desejos, sua vontade, sua vida a Deus. Você e Deus concordam em relação aos desejos da vida, aos propósitos da vida, aos planos da vida, e vocês trabalham juntos. Isso é oração. Orar, portanto, não é tentar fazer com que Deus faça nossa vontade. É alinhar nossa vontade à dele. A vontade não é uma parte separada de nós, mas o ego em ação. Assim, a oração alinha todo o nosso ego a todo o Ser de Deus. Oração é, portanto, sintonia. Assim como, quando uma nota de um piano bem afinado é tocada, a nota correspondente de um violino bem afinado vibra em uníssono, quando Deus toca certas notas da natureza divina, encontramos nossas cordas do coração vibrando em uníssono, desde que a oração nos tenha afinado.
Citamos em outra conexão esta definição de oração: “Expor toda a vida à luz da presença de Deus para purificação e decisão”. “Para purificação e decisão” – a oração purifica, subjuga nossos desejos, realinha-os de modo que já não possamos dizer onde terminam os nossos desejos e começam os de Deus. Eles são uma coisa só. Uma vez que os desejos são uma coisa só, as decisões também o são, e o poder também. Você coloca sua impotência ao lado da potência de Deus, e ela se funde nessa potência, sim, na onipotência. Ao aprender a orar, você aprende a viver – de maneira vital, vibrante, vitoriosa. “Não conseguimos explicar você”, disseram alguns estudantes de sociologia a um cristão. “Não há nada em seu histórico que explique as coisas que você faz”. Nada – exceto a oração. Aquele cristão era um homem comum fazendo coisas extraordinárias – por meio da oração.
Ó Cristo, meus poderes já não são o que eram, mas são o que podem ser – em ti. Aumenta-os para que eu seja a fraqueza que se tornou forte, a ignorância que se tornou sábia, o mal que se tornou bem. Agradeço-te. Amém.
Afirmação do dia: “Espere no Senhor. Seja forte! Coragem! Espere no Senhor” (Sl 27.14).
Retirado de O Caminho [Stanley Jones]. Editora Ultimato.
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