Tu, ó Deus, és o meu alto refúgio. (Sl 59.9)
O refúgio não é o porão ou o sótão de uma casa, não é aquele quarto sem porta e sem janela escondido atrás de uma estante, não é uma redoma de vidro inquebrável, não é uma caverna à beira do mar, não é o cume da montanha mais alta nem o mais profundo abismo, não é o abrigo subterrâneo em tempos de guerra.
Para o salmista, o refúgio é o Senhor: “Ó Deus, és o meu alto refúgio” (Sl 59.9). Chama-se de refúgio secreto porque não é um lugar físico. É um refúgio baseado no relacionamento da criação com o Criador, do visível com o Invisível, do pecador com o Santo, do perdoado com o Perdoador. Um refúgio subjetivo, pessoal e intransferível.
“Como é feliz o homem que nele se refugia!”, exclama o salmista, para depois acrescentar: “Ninguém que nele se refugia será condenado” (Sl 34.8, 22).
A vida vitoriosa, sem altos e baixos em demasia, sem desvios e escândalos, sem legalismo e permissividade, depende do refúgio secreto. É ali que a alma bebe da água viva e se alimenta do pão do céu, é ali que ela se reabastece numa sequência perfeita depois de qualquer esforço e de qualquer diminuição, é ali que ela aprende a não ter medo.
Retirado de Um Ano com os Salmos [Elben César]. Editora Ultimato.
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