Perdoa todos os meus pecados. (Sl 25.18)
Certamente o autor do Salmo 25 é também o autor do Salmo 26. Mas a situação descrita naquele salmo é uma e a situação descrita neste é outra.
No Salmo 25, o autor se confessa pecador várias vezes. Ele pede que Deus não se lembre dos pecados e transgressões de sua juventude (v. 7). Chama de “tão grande” o seu pecado (v. 11) e suplica o perdão de Deus para todos os seus pecados (v. 18).
No Salmo 26, o autor proclama repetidas vezes a sua retidão. Diz que tem vivido com integridade (v. 1, 11), que continuamente segue a verdade (v. 3) e que tem lavado as mãos na inocência (v. 6).
Não há nada de estranho na dupla experiência do salmista. Nós também somos assim. Acertamos e erramos. Erramos e acertamos. Um dia, confessamos com convicção e entusiasmo que Jesus é “o Cristo de Deus” e, dias depois, declaramos sem inibição que não o conhecemos (Lc 9.20; 22.57). Estamos prontos para ir com Jesus “para a prisão e para a morte” (Lc 22.33), mas, na hora do aperto, o deixamos sozinho e fugimos (Mt 26.56). Hoje, a vida continuamente vitoriosa é mais uma meta brilhante do que uma bonita história. Quando, porém, trocarmos de corpo e de ambiente, seremos tão perfeitos como perfeito é o nosso Pai celestial.
Retirado de Um Ano com os Salmos [Elben César]. Editora Ultimato.
Deixe seu comentário: