Mas quando este sacerdote acabou de oferecer, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à direita de Deus. Hebreus 10.12
De acordo com o Credo dos Apóstolos, “ele subiu aos céus e se assentou à direita de Deus”. Como devemos entender essa “sessão” celestial?
Primeiro, Jesus Cristo está descansando. Essa imagem se refere à nossa experiência diária em que, após um dia de trabalho no escritório ou em casa, nos sentamos e colocamos os pés para cima. Assim Jesus, “depois de ter realizado a purificação dos pecados, se assentou” (1.3). Os sacerdotes do Antigo Testamento continuavam seu ministério dia após dia, semana após semana, mês após mês, mas Jesus “acabou de oferecer, para sempre, um único sacrifício pelos pecados” (10.12). Eles tinham que permanecer em pé, pois não havia assentos no templo. Jesus, porém, depois que ofereceu seu sacrifício, se assentou. O fato de os sacerdotes permanecerem em pé simbolizava que o ministério deles não era completo, ao passo que Jesus se assentou para indicar que sua obra foi concluída.
Segundo, Jesus Cristo está reinando, pois ele foi promovido à direita de Deus, o lugar de suprema honra e poder no universo. A partir dessa posição ele enviou o Espírito Santo no dia de Pentecostes e continua enviando seu povo em missão. Toda a autoridade no céu e na terra já foi dada a ele. O diabo, no entanto, ainda não admitiu sua derrota.
Terceiro, Jesus Cristo está esperando “até que os seus inimigos sejam colocados como estrado dos seus pés” (10.13). Essas são palavras do Salmo 110.1, que Jesus aplicou a si mesmo. Nesse salmo, Javé diz ao Messias: “Senta-te à minha direita até que eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés”. O salmo combina as duas perspectivas: ele reina enquanto espera e espera enquanto reina.
Essa rica teologia inclui a ascensão e o período posterior, no qual Jesus Cristo está descansando, reinando e esperando. Enquanto descansa, ele olha para trás, para o passado, e declara que sua obra propiciatória foi consumada. Enquanto reina, ele supervisiona o presente e envia seu povo em missão. Enquanto espera, ele antevê o futuro, quando seus inimigos serão finalmente subjugados e seu reino será estabelecido em toda a sua plenitude.
Retirado de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.
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