Volta-te para mim e tem misericórdia de mim, pois estou só e aflito. (Sl 25.16)
Quando a solidão e a aflição se encontram e permanecem juntas por algum tempo, o sofrimento é muito maior.
Foi por isso que o salmista orou: “Volta-te para mim e tem misericórdia de mim, pois estou só e aflito” (Sl 25.16).
Passar por uma aflição qualquer sem ter alguém do lado é muito complicado. A ausência desse alguém significa que não teremos mão para nos segurar, braço para nos abraçar, ouvidos para nos ouvir, boca para nos consolar, olhos para nos mostrar simpatia, nem ombros sobre os quais possamos chorar.
Jesus passou por experiência semelhante à do salmista. Foi na madrugada de quinta para sexta da semana da paixão, naquele período de tempo espremido entre a reunião no Cenáculo e a reunião na casa de Caifás. Embora seus discípulos estivessem com Jesus ali no Getsêmani, o Senhor estava só porque todos eles dormiam. Até Pedro, Tiago e João, que Jesus separou dos outros para ficarem com ele bem de perto, caíram no sono. O Senhor passou por aquele momento de tristeza mortal sozinho (Mt 26.36-46). Absolutamente a sós não, porque “apareceu-lhe então um anjo de céu que o fortalecia” (Lc 22.45).
Pode dar-se o caso de nos imaginarmos sozinhos quando não o estamos. Isso aconteceu com Elias. Ele se julgava “o único que sobrou”, mas havia outros 7 mil não adoradores de Baal (Rm 11.1-4).
Retirado de Um Ano com os Salmos [Elben César]. Editora Ultimato.
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