A ti, Senhor, elevo a minha alma. (Sl 25.1)
Não é uma subida física, como a do profeta Elias, quando “um carro de fogo puxado por cavalos de fogo” o separou repentinamente de Eliseu (2Rs 2.11). Não é uma ascensão às alturas, como a de Jesus, que aconteceu nas proximidades de Betânia, quarenta dias depois de sua ressurreição e depois de ter aparecido aos discípulos falando-lhes acerca do reino de Deus (At 1.9). Não é um arrebatamento de pequena duração ao terceiro céu, como o de Paulo, ocasião em que o apóstolo ouviu coisas indizíveis (2Co 12.1-6).
Quando o salmista diz “A ti, Senhor, elevo a minha alma” (Sl 25.1), trata-se de um exercício puramente espiritual. É uma transposição voluntária, que não depende do exercício da soberania de Deus. Acontece quando alguém aproxima-se de Deus pela fé e coloca-se diante dele para orar. Isso é possível porque o “véu de linho fino trançado e de fios de tecidos azul, roxo e vermelho”, que separava o Santo Lugar do Santo dos Santos (Êx 26.31-33), “rasgou-se em duas partes, de alto a baixo” no momento em que Jesus entregou o espírito (Mt 27.50-51).
Elevar a alma ao Senhor é o ato de entrar corajosamente no Santo dos Santos e pôr-se na presença de Deus em espírito por meio do novo e vivo caminho aberto por Jesus (Hb 10.19-22).
Retirado de Um Ano com os Salmos [Elben César]. Editora Ultimato.
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