O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (15) que só Deus pode retirá-lo da cadeira presidencial e afirmou haver algo de “muito errado” no Brasil, ao comentar decisão da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), que deu 5 dias para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), explicar o motivo de não ter analisado pedidos de impeachment contra o chefe do Executivo.
“Realmente eu acho que alguma coisa de errado ou de muito errado vem acontecendo há muito tempo no Brasil, vamos ver se processa a informação e vamos ver qual é o encaminhamento que o Arthur Lira vai dar no tocante a isso, se vão abrir processo ou não”, disse Bolsonaro em sua transmissão semanal ao vivo pelas redes sociais.
“Eu não quero me antecipar, falar o que eu acho sobre isso aí. Só digo uma coisa, só Deus me tira da cadeira presidencial, e me tira, obviamente, tirando a minha vida. Fora isso, o que nós estamos vendo acontecer no Brasil, não vai se concretizar, mas não vai mesmo”, acrescentou.
A determinação de Cármen Lúcia a Lira –que tem cinco dias para respondê-la– decorre de uma ação movida por um advogado que cobrava do presidente da Câmara a análise dos pedidos de impeachment de Bolsonaro. A ministra do STF tomou uma decisão meramente formal, sem ter feito qualquer análise de mérito sobre o assunto.
Há mais de uma centena de pedidos de impeachment para avaliação de Lira, mas, pela Constituição, não há um prazo para que haja qualquer deliberação. Lira é aliado de Bolsonaro, tendo sido eleito para o cargo com o apoio do governo.
O presidente afirmou ainda na live que sabe onde está o “câncer” que precisa ser vencido no Brasil para ganhar o que chamou de guerra, e voltou a dizer que o governo federal vai agir, dentro dos limites da Constituição, para restabelecer a ordem no país.
“Eu sei onde está o câncer do Brasil. Nós temos como ganhar essa guerra. Se esse câncer for curado, o corpo volta à sua normalidade”, afirmou.
Segundo Bolsonaro, o governo federal vai agir dentro das “quatro linhas” da Constituição para restabelecer a ordem do Brasil. Ele disse que é a população quem dita os rumos do país.
Bolsonaro também questionou qual será o futuro do Brasil após a decisão do plenário do STF de anular condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e torná-lo elegível para a sucessão presidencial em 2022.
“Se o Lula voltar, pelo voto direto, pelo voto auditável, tudo bem. Agora veja qual vai ser o futuro do Brasil com o tipo de gente que ele vai trazer para dentro da Presidência. Se o Lula for eleito, em março de 2023, ele vai escolher mais dois ministros para o STF”, disse Bolsonaro, em transmissão semanal ao vivo nas redes sociais.
Bolsonaro ressalvou que não está dizendo que será candidato, mas lembrou que haverá uma eleição pela frente e questionou quem seria o outro nome para enfrentar Lula no segundo turno caso ele próprio não dispute o pleito.
Bolsonaro disse acreditar que está “fazendo a coisa certa”, e afirmou que no governo petista houve uma “corrupção generalizada”.
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