Além de ser acusado de uma série de ataques sexuais e agressões físicas, Thiago Brennand, empresário paulista de 42 anos, é suspeito de ter cometido um outro crime. Dessa vez, um ex-funcionário afirma que Brennand costumava agredir o próprio filho, desde pequeno, com “porrada e cotovelada”. Além disso, usava uma máquina de choque contra a criança, quando se sentia contrariado.
“Tudo o que não agradava o pai, ele agredia ele [o filho]. Era porrada, cotovela”, disse o ex-motorista, que teve a identidade preservada, em entrevista ao Fantástico. A reportagem foi ao ar na noite deste domingo (5/3).
O filho de Brennand hoje tem 17 anos. O empresário se separou da esposa – mãe do menino – quando o agora adolescente tinha 2 anos. Foi Brennand que ficou com a guarda da criança. “Durante anos, a mãe lutou pela guarda do filho na Justiça”, declarou o ex-motorista.
O denunciante contou, ainda, que o empresário tinha uma máquina de choque e que a usava constantemente no filho como forma de punição. “Cinco, seis anos, por aí. Teve uma época que eu tive que esconder uma máquina de choque porque ele batia no menino. Pegava o choque, ficava dando nele”, declarou. Aos 14 anos, o filho de Brennand teria dado entrada em um hospital, por causa das agressões domésticas.
Ainda aos 14, o menino teria fugido de casa duas vezes e registrado um boletim de ocorrência contra o pai – ele esteve na unidade policial acompanhado da mãe. Mas acabou retirando a queixa depois.
O ex-motorista prestou depoimento ao Ministério Público de São Paulo como testemunha.
Arsenal privado
Além da relação violenta e conturbada com o filho, Brennand teria dado uma arma de presente para o menino. O empresário também é Caçador e Colecionador de Armas (CAC). As investigações da polícia catalogaram um arsenal de 67 armas e 54 acessórios.
“Cada uma dessas lunetas aqui são para fuzis, para rifles que ele tem”, disse um agente em vídeo. “É muito estranho guardar acessórios para arma de fogo na cocheira dos cavalos. Na minha opinião, ele estava escondendo esse material naquele local”, disse um delegado ao Fantástico.
Entretanto, muitas dessas armas da coleção pessoal de Brennand ainda são procuradas pela polícia. Como pode ser visto nas próprias redes sociais do empresário, o armamento é de calibre de uso restrito às forças policiais. Outras, ilegais dentro do Brasil.
O transporte de armas para dentro e fora da Fazenda Boa Vista, de São Paulo, segundo o ex-motorista, era auxiliado por quatro policiais que trabalhavam para Brennand.
Relembre o caso
Brennand começou a ser investigado após ser flagrado por uma câmera de monitoramento agredindo a modelo Alliny Helena Gomes, 37 anos, em uma academia na zona oeste paulistana. O caso aconteceu em setembro de 2022. Com a repercussão do caso, até o momento, 15 mulheres formalizaram denúncias de supostos crimes sexuais contra ele.
Com as denúncias, Brennand se tornou réu por uma série de crimes sexuais. Além disso, ele foi denunciado no Ministério Público de São Paulo (MPSP) por perseguição e ameaça à integridade física e psicológica contra um funcionário idoso do Condomínio Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz (SP), onde morava.
Brennand está nos Emirados Árabes. Após o caso ganhar repercussão, ele foi preso, mas acabou solto após pagar fiança. Ele permanece no exterior e responde a um processo de extradição em liberdade. (Metrópoles)
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