Em discurso na convenção nacional do PL, que o oficializou como candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro criticou o Supremo Tribunal Federal e convocou apoiadores a irem às ruas no 7 de Setembro. Ao longo de sua fala no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, o líder brasileiro também exaltou realizações do governo e fez elogios a lideranças políticas presentes ao evento, como o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
“Vamos às ruas no 7 de Setembro pela última vez. Esses poucos surdos de capa preta têm que entender o que é a voz do povo. Têm que entender que quem faz as leis são os poderes Legislativo e Executivo”, afirmou. Ele voltou a defender eleições transparentes e fez os presentes no estádio repetirem a frase “Eu juro defender a minha liberdade”.
“A vida de ninguém é fácil. E, para superar as dificuldades, quem tem que estar à frente é cada um de vocês. Não é o presidente, o governador ou o prefeito. A nossa missão é não atrapalhar a vida de vocês, e sim cada vez mais tirar o Estado de cima de vocês. Estado forte, povo fraco. Povo forte, Estado forte”, afirmou Bolsonaro.
Durante o discurso, o chefe do Executivo citou medidas tomadas ao longo de sua gestão, como o Auxílio Brasil, obras concluídas da transposição do rio São Francisco, redução do preço dos combustíveis e regularização fundiária.
Sobre o Auxílio Brasil, ele disse que será mantido caso seja reeleito. “Esta semana conversei com o Paulo Guedes [ministro da Economia], e esse valor [o benefício atualmente é de R$ 600] vai ser mantido a partir do ano que vem”, declarou.
Em diversos momentos, Bolsonaro exaltou sua relação com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). “Eu sei que sou a figura mais importante hoje, mas se não é o Arthur Lira, esse cabra da peste de Alagoas, não teríamos chegado a esse ponto”, disse.
Bolsonaro foi aclamado pelos apoiadores no momento em que foi chamado para o palco. Ele entrou no estádio ao som do jingle da campanha, “Capitão do Povo”, cantado pela dupla sertaneja Mateus e Cristiano. A expectativa era que o evento reunisse cerca de 10 mil pessoas, e, até a atualização mais recente desta reportagem, a contagem oficial era de 12 mil pessoas.
Bolsonaro ganhou as eleições de 2018 e foi eleito presidente da República pelo Partido Social Liberal (PSL). Agora, a busca por um novo mandato se dá pelo PL, legenda que integra o Centrão. Se no pleito anterior ele tinha segundos em tempo de televisão e poucos recursos, neste ano contará com maior tempo de propaganda nas telas e mais recursos financeiros.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, a legenda com a maior fatia do fundo eleitoral será o União Brasil, com R$ 782 milhões. O PL, de Bolsonaro, conta com R$ 288 milhões. O tempo de propaganda de cada sigla é distribuído de acordo com o desempenho do partido nas últimas eleições para a Câmara dos Deputados. No pleito de 2022, o PL terá 20 minutos e 40 inserções.
Braga Netto, que atuou como ministro da Defesa e ex-assessor especial da Presidência da República, será o vice na chapa com Bolsonaro. (R7)
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