Pesquisadores da FURG (Universidade Federal de Rio Grande), da UFPel (Universidade Federal de Pelotas), Univale (Universidade Vale do Rio Doce) e da Unoesc (Universidade do Oeste de Santa Catarina), em um artigo publicado em 6 de julho no periódico Public Health, analisaram que mais de 100 mil novos casos anuais de diabetes poderiam ter sido evitados no Brasil se não houvesse mais consumo de refrigerantes e sucos diet, light ou zero.
O estudo visou analisar a conexão entre o consumo de bebidas adoçadas artificialmente e a prevalência de diabetes na população brasileira, com dados de mais de 757 mil adultos de 2006 a 2020 do Vigitel (Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), pertencente ao Ministério da Saúde. A análise comparou dados de indivíduos que consumiam refrigerante normal, refrigerante diet, light e zero e que não consumiam nenhum desses produtos.
De acordo com o estudo, a taxa de crescimento anual da doença foi quatro vezes maior entre os consumidores de bebidas adoçadas artificialmente, tais como refrigerantes e sucos artificiais, enquanto a dos não consumidores obteve um crescimento estável.
“A melhor forma de utilização dos edulcorantes artificiais, como acessulfame-K, sucralose, neotame, sacarina, sorbitol e xilitol já está amplamente conhecida na literatura científica, porém, mais recentemente, alguns estudos vêm demonstrando riscos à saúde humana relacionados ao consumo destes produtos. Estes aditivos são amplamente utilizados em produtos industrializados, como bolachas, sucos, balas e bolos, e aparentemente, alguns efeitos metabólicos indesejáveis podem ser comprovados, embora ainda de maneira experimental.
O consumo dos edulcorantes artificiais pode alterar o padrão de secreção de insulina e de outras incretinas intestinais que estão diretamente relacionadas com o controle no metabolismo de glicose, resultando em uma condição de hiperglicemia, que caracteriza o diabetes. Além disso, uma desordem em termos quantitativos e qualitativos da nossa microbiota intestinal, conhecida como disbiose intestinal, pode ser reconhecida nestes estudos. Outros problemas, como câncer, redução de HDL-Colesterol e aumento no risco de eventos cardiovasculares e cerebrovasculares, como derrame, são comentados e discutidos amplamente.
Claro que não devemos nos desesperar, uma vez que a maior parte destes ensaios são recentes (e demonstram uma tendência), e foram realizados em animais, porém se acende uma luz vermelha com o uso precoce, indiscriminado e a longo prazo destas substâncias. A moderação e a atenção a mais pesquisas devem fazer parte do nosso dia a dia, para que ninguém esteja exposto a situações de mais risco.” comenta Samantha Rhein, nutricionista e colunista da editoria.
E mesmo com todos esses fatos apresentados, continuamos consumindo esses produtos. Vale, assim, mais uma reflexão sobre nossos hábitos alimentares. (Isto é)
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